O meu início no curso de Dramaturgia Aberta na 508 sul se deu em virtude da minha saída do curso da Companhia da Ilusão, infelizmente não conseguia conciliar, e quando surgiu a oportunidade deste curso de teatro para pessoas com ou sem experiência, gratuitamente, no Espaço Cultural Renato Russo, fiz logo a minha inscrição.
Eu fiz o primeiro semestre dele e fiz com a criação de uma personagem pequena chamada de: fofoqueira, apenas, ela aparecia duas vezes, em cenas bem curtas. No segundo semestre quase não conseguia acompanhar, tive que estudar para os concursos, como o de de professores temporários, e tudo isso no ano passado, em 2023, após a pandemia. E neste ano após, passar a fase de estudos para os concursos de professores e ser chamada para o de temporários da SEEDF consegui retornar.
Assim, de fato começa a minha História recheada de finais felizes, na minha perspectiva, e dessa minha trajetória, em que venho conhecendo pessoas incríveis e me libertando da minha timidez que carrego desde a adolescência que pude realmente dar voz, movimento e luz para as personagens do Dramaturgia Aberta.
Inicialmente, comecei no inicio do ano apresentando, uma criação autoral, sobre o contexto das aulas, ministradas pelo professor Márcio Menezes, através do estudo do texto de Calvino, lições sobre o próximo milênio, as questões de Prisões e Liberdades, e apresentei o meu trabalho autoral intitulado:
O PÁSSARO, e esta micro cena cênica me fez de fato iniciar minhas atuações de aprendiz. A estória narra o trecho curto de cena sobre um pesadelo, pautado em uma experiência real minha, em que a personagem se vê imersa em um presságio ruim em seus sonhos, e dele não consegue acordar, realidade e ficção se fundem, e em uma ligação ao final explana o aviso e o fim trágico para a personagem, nessa perspectiva, conforme as aulas do Professor Márcio Menezes realizamos um trabalho pautado na leveza, rapidez, multiplicidade entre outras perspectivas para os jogos cênicos, fiz um desenho sequencial com a História de O Pássaro e uma magia cênica, para a minha alegria aconteceu, conforme as imagens que seguem, logo abaixo:
Eu cheguei a querer misturar a minha história, pautada em uma tragédia e um pesadelo pessoal meu, com a minha dissertação de mestrado, ainda não concluída, sobre a ditadura militar no Brasil, mas sabiamente o professor me deu a ideia de que talvez, para esta minha primeira imersão solo isto não seria possível. Não acrescentei tal narrativa na apresentação, mas colocarei aqui um rascunho da prévia do que eu pretendia com o texto, logo abaixo transcrito, e neste sentido um segundo aspecto interessante da narrativa foi a questão do figurino, inicialmente, seria um vestido branco, mas em virtude da impossibilidade de encontrar o mesmo por um preço acessível, e em virtude do tempo, faltava menos de uma semana para a apresentação, coube ao vestido vermelho floral comprado nas lojas Renner a façanha de dar vida a personagem, e deu super certo, deu um efeito cênico inesperado. Abaixo o trecho de texto não utilizado e a questão do figurino:
Elemento não utilizado ( texto) em cena:
Outros elementos: fui colocando no meu caderno de mestrado, durante as aulas, inaceitável em um primeiro momento, mas quando me dava um surto de ideias e possibilidades novas para este jogo cênico, desenvolvido de forma solo por mim, não tive dúvidas em utilizar.
Abaixo o figurino, o vestido vermelho floral da Renner que surpreendeu e coube perfeitamente no contexto da cena e para a personagem. Importante, ressaltar que o Dramaturgia Aberta é um grupo coletivo de estudantes, durante as aulas, ministradas pelo Professor Márcio Menezes, os meus colegas também desenvolveram as suas personagens e histórias, simplesmente maravilhosas e que com toda a certeza eles devem divulgá-las em suas redes sociais e etc..., também abaixo imagem do nosso pôster com a divulgação das nossas apresentações.
A Questão do figurino da apresentação:
O vestido no dia que eu experimentei, não dei nada por ele, achei que não iria ficar legal para o contexto, mas de forma surpreendente parecia que tinha sido feito para a cena, fiquei muito feliz e obviamente que hoje faz parte do meu "figurino" pessoal, saio com ele sempre que posso. Ao lado foto dos meus colegas de curso tiradas pelo nosso professor para o cartaz digital de divulgação das nossas apresentações.
Abaixo o elenco de estudantes deste curso de Dramaturgia aberta chamando para as apresentações:
No dia da apresentação foi bem legal, consegui gravar na minha memórias toda a cena cênica, do jeito que havia planejado na minha sequência de processo criativo. Aliás, ter feito a sequência em desenho tanto nesta, quanto, na outra apresentação recente, de 25 de julho deste ano, foram fundamentais para gravar o roteiro em minha mente.
Abaixo, a imagem de todo mundo, incluindo quem foi nos prestigiar, acho que foi um dos dias mais felizes da minha vida, viveria ele quantas vezes fossem possíveis.
Importante, falar sobre as outras cenas, das quais sobre compulsão alimentar, da minha colega Crícia, da árvore e a metáfora do tempo, da minha colega Simone, da questão das liberdade e prisões femininas, desenvolvidas pelas colegas: Klébia e Suzana, e da questão da violência contra a mulher retratada na cena dos colegas: Renata e Felipe.
Uma tentativa de por um trechinho da minha apresentação em vídeo, mas não carregou no blogger kkkk em protesto vou deixar assim, mesmo, não disponibilizado, uma pena :( .
Chegamos, na segunda parte do curso de Dramaturgia aberta, neste ano, cuja a apresentação aconteceu novamente no Espaço Cultural Renato Russo na 508 SUL, na sala que eu mais amo, a Multiuso, novamente, mas ao longo do curso tivemos que trabalhar com uma nova proposta, intitulada: O Terapeuta e o Paciente.
Participava das aulas, mas ainda não tinha de imediato uma personagem, mas com o tempo fui me interessando pelas histórias das lendas sobre mulheres andarilhas, geralmente imortalizadas como a loira do banheiro, a noiva das rodovias, entre outras, e que na verdade seriam mulheres fantasmas que assombrariam as pessoas diante da impossibilidade de aceitarem as dores que vivenciaram em vida, assim, surge a história:
A NOIVA ANDARILHA, desta vez comecei a descrever a personagem: Paula Amorim dos Santos, pela perspectiva do desenho história, ao contrário de O PÁSSARO que foi desenvolvida primeiro na história pessoa vivenciada por mim, para depois ir para o roteiro sequencial, denominado de Processo Criativo.
Abaixo seguem: O Processo Criativo e o Plano sequencial:
A Noiva Andarilha foi desenvolvida com a seguinte questão ligada a saúde mental, tratava-se de uma moça que havia perdido o noivo em um trágico acidente de carro, há poucos dias antes do casamento, no momento em que provava o vestido, inconformada seguiu andando pelas ruas da cidade, igualmente fictícia, até a morte, acreditando que vivia na época do acidente, inicialmente, seria em 1980, estava tudo pronto, cheguei a apresentar e fazer ensaios no curso com esta época, mas novamente o fator figurino modificou o contexto. Inicialmente, pensei em comprar um vestido ligado aos anos 80, do século XX, meu faro de formada em História entrou em ação e mergulhei em tudo referente ao ano de 1980, mas ao pesquisar o preço de vestidos brancos, sim, por se tratar de uma noiva, não poderia recorrer a outro vestido que não fosse: BRANCO! ou no mínimo bege, uma vez que foi uma andarilha e depois um espirito que vagaria pelas ruas de uma cidade, a personagem.
Assim, após pesquisar e constatar que não teria dinheiro para comprar uma peça anos 80, branca, fui recorrer ao básico: as roupas de ano novo, geralmente usei branco, às vezes vermelho, amarelo e etc...por coincidência na virada do ano passei com um vestido meio branco, meio bege de crochê (penso eu), comprado da ZARA, justamente, o vestido que a minha família me odiou com ele, por parecer vulgar com o mesmo, mas não era!! as próprias imagens minhas na peça demonstram isso, mas ok, deixando essa contenda familiar de lado, não tinha escolha era reciclar o vestido, colocar um véu de tule por cima e pronto, mas surgiu outra questão: O Vestido branco/bege de ano novo da Zara não se encaixava em um vestido utilizado em 1980! Então pesquisei e percebi que nos anos 70, precisamente em 1970 a onda Hippie dos anos 60, iniciada nos EUA, chegava ao Brasil e ganhava o mundo, assim, novamente a historiadora da UNB aqui S2, entrava em ação e fiz um mergulho no ano de 1970, conforme deixo como registro o rascunho no caderno do curso que utilizo para a composição dos inúmeros processos criativos:
Descobri coisas interessantes sobre o ano de 1970 no Brasil, das quais:
1. A Música mais tocada: PRIMAVERA!! de Tim Maia, nossa confesso que amei saber disso, Tim Maia embalou o romance dos meus pais na época que se conheceram nos anos 80, assim, escutei a música quase todo dia, igualmente as demais tocadas no período como: Bandeira Branca de Dalva de Oliveira (LINDA também), as interacionais incríveis: Marmalade e Sprit in the Sky de Norman Greenbaum.
2. Nesse ano o BRASIL ganhou o TRI campeonato mundial, a famosa copa do mundo dos anos 70!, o HINO 90 Milhões em campo para frente Brasil, salve a seleção!!! época de ouro do futebol brasileiro, com: Pelé, Carlos Alberto Torre, Jairzinho, Rivelino, Tostão, Gerson entre outros, confesso que amei pesquisar esta parte, nostalgia, tempos de alegria no futebol.
3. Essa terceira parte, a pior, e que eu já conheço bem porque pesquiso sobre e sou Professora de História, referente a DITADURA MILITAR, período nefasto, e governado por Médici.
Portanto, a Paula Amorim dos Santos, a noiva andarilha e fantasma me fez mergulhar não só na estruturação cênica, mas nas pesquisas sobre o ano de 1970, por fim, tinha o desenvolvimento da terapeuta, a minha foi totalmente pautada no ABSURDO! mesmo, totalmente louca e amoral a personagem foi desenvolvida, sempre com o seu fiel cigarrinho, tem o pequeno processo dela também:
Recebia muitos elogios dos meus colegas com ela, abaixo, em cena como essa terapeuta, dei um nome para ela, se chamava ROXANE!! mas na hora da apresentação, por muito nervoso esqueci e foi assim, sem nome que ela veio, para atender aos outros pacientes que eram os meus colegas, já que nas nossas apresentações fizemos um revezamento das personagens, ora éramos terapeutas, ora nossos pacientes:
Primeiramente, o fotógrafo gentilmente tirou estas fotos, nos ajudou muito, graças a ele temos registros dos nosso trabalhos. Nessa sequência a doutora terapeuta Roxana, atendia pelo CAPS, a sua paciente, interpretada pela minha colega belíssima: Walkiria, a sua personagem era perseguida por duendinhos, mas a doutora fingia não acreditar para tirar vantagens da moça, ou seja uma vilã cômica. Destaque para as crianças fofas que interpretavam os duendinhos! a nossa colega Jaqueline, como no quadro abaixo, entra em cena, na peça o público poderia interagir nas sessões e até se intrometer na mesma, adorei, confesso, teve muita intervenção excelente, e essa da Jaque foi mega legal também.
Por fim, veio a noiva, sim, Paula, apesar ter entrado com ela inicialmente, na peça, preciso falar e por ela como meu Gran Finale, foi a persoagem que eu mais me dediquei, mais até que em O PÁSSARO, então falar dela é essencial.
Abaixo seguem algumas sequências de imagens dela:
A seguir a sequência assustadora da mesma kkkk um espírito né !
Sobre a personagem Paula Amorim dos Santos, ela intercalava entre o medo, a prisão de estar em 1970, no ano de 2024, e depois se revelar um espirito em atendimento de saúde mental, mas confesso que depois relaxei, algumas pessoas interagiam com ela, virei a noiva que aparecia no banheiro, mas não sou loira, a morena kkkk, e tudo virou um espetáculo divertido, destaque para um espectador da peça que interagiu com a personagem, rendeu momentos engraçados, improvisos e depois descobrimos que era um ATOR mesmo, mas não era infiltrado! enfim, foi isso, muito trabalho, inúmeras aulas, tenho muito material e registros, mas reuni o que deu para colocar no momento em que finalizo o meu último dia das férias, amanhã retorno para o meu papel como Professora de História do CEF 06 de Brasília, profissão que esta possibilitando que a Paula, a moça do pesadelo e a fofoqueira, entre outras personagens se tornem realidade.
Fiz um mergulho aqui! voltarei outras vezes para a correção do meu português ruim, e se Deus quiser falarei sobre outras personagens, composições e conhecimento. Ainda não sou ATRIZ, mas aprendiz, agradeço aos meus colegas, por fim, deixo os registros da AMOSTRA da JANELAS DA ARTE ( o slogan das apresentações) a quem devo tudo:
É ISSO UM MERGULHO TEATRAL!
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