A Historiografia e as possíveis viagens no tempo: um diálogo leigo, mas teórico.

    Ultimamente tenho me questionado como historiadora o que ocorreria ou ocorrerá, tendo em vista o avanço cientifico, quando for possível ao homem realizar de fato as chamadas viagens no tempo. Isto me faz ter reflexões teóricas sobre o tema. Cito assim, os seguintes questionamentos: 

    O que será da Historiografia quando isto for possível? 

    Como nós Historiadores vamos ter de lidar com  a convivência real desse passado?  

    O nosso trabalho vem da busca da interpretação de diversos passados, isto é feito diante das fontes, em vestígios, escritos, fragmentos, relatos e afins. Ao passo que for possível de forma literal ir até estes passados como ficará o nosso trabalho? 

    Outras questões vem a mente. Com a possibilidade de visitar o passado o mesmo poderia ser modificado? Se não, basta para a Historiografia continuar com as analises agora reais dos acontecimentos históricos, mas lidando com relatos, uma diversidade deles, dos quais não faço ideia de como se dariam os mesmos, seria uma colheita em tempo real? seria possível utilizar tecnologias neste processo? . 

    O fato é que se for possível mudar o passado, alertando, mudando, colaborando e modificando o tempo destes acontecimentos com as nossas intromissões, o que certamente  implicaria em relações diretas entre homens do passado e do tempo presente, como lidar com esta mudança do passado? A História teria de ser modificada, mas alertada que o passado concreto inicial era aquele anterior a interação dos homens de distintos tempos. 

    Parece uma loucura, mas teoricamente a Historiografia pode realizar este debate. Lembrando que há 200, 300, 500 anos era uma loucura pensar em uma comunicação em tempo real entre seres humanos por aparelhos, era uma loucura as viagens de longa distância pelo ar, com o uso de aviões, igualmente uma loucura obter a cura de determinadas doenças por agulhas e capsulas, ou simplesmente de uma vez  por todas saber quem são os pais e as mães biológicas de determinadas pessoas por amostras de DNA, o próprio material genético era impensável. 

    Loucura é não debater Historiograficamente sobre a História enquanto ciência diante da possibilidade real de ver o passado, como fato em tempo real, ao invés de lidar com ele através de vestígios. 

    A interação deste processo iria ou vai impactar a forma como trabalhamos com a História profundamente. 

   Uma coisa é certa será inesquecível a interação destes processos que subverterão a forma como entendemos o que é a Historiografia e a forma como lidamos com o que é História! 

    A interação com o passado pela tecnologia já ocorre, como exemplo o show da Grande Natalie Cole e seu Pai o genial Nat King Cole, em 2012: 

         Unforgettable 



    




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